ELEIÇÕES 2024
Segundo turno em Curitiba terá disputa entre Cristina Graeml (PMB) e Eduardo Pimentel (PSD)
Ambos candidatos estiveram envolvidos em denúncias na reta final de campanha
Redação Paraná
Paraná | 06 de outubro de 2024 às 20:16
Considerada a surpresa das eleições na capital do Paraná, a candidata do Partido da Mulher Brasileira (PMB), Cristina Graeml nas últimas semanas avançou nas pesquisas e conseguiu chegar ao segundo turno com 31,17% dos votos contra 33,5% do candidato Eduardo Pimentel (PSD), vice prefeito de Curitiba.
Apesar de muitas análises políticas e pesquisas sobre comportamento político nas redes sociais terem indicado há algumas semanas atrás que a candidata que se auto-proclamou “a única candidata da direita” estaria crescendo em número de votos, as campanhas dos candidatos Eduardo Pimentel e Luciano Ducci que apareciam como os favoritos nas pesquisas começaram a dar atenção à candidata apenas na última semana.
Na última pesquisa do Instituto Quaest, divulgado no sábado, 5 de outubro, ela apareceu empatada tecnicamente com Pimentel, líder com 26% das intenções de voto, enquanto ela registrava 21%. Porém, nas primeiras pesquisas do mês de setembro ela aparecia com 5% das intenções de votos.
Apoio de Bolsonaro aos dois candidatos
Durante toda a campanha, Graeml dizia ser a candidata de Bolsonaro e que ele iria divulgar o apoio em vídeo. Porém, quem recebeu este apoio foi o candidato da situação, Eduardo Pimentel, que divulgou vídeo de um encontro seu com o ex presidente e o atual governador do Paraná, Ratinho Jr.
No entanto, com o avanço de Graeml nas pesquisas, na noite que antecedeu as eleições deste domingo, Cristina divulgou em suas redes um vídeo em que o ex presidente diz que apoia sua candidatura. Além de Bolsonaro, ela também divulgou vídeo com depoimento de apoio do candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal.
O resultado das eleições seguem com Luciano Ducci (PSB), com 19,44%; Ney Leprevost (União), com 6,49%; Luizão Goulart (Solidariedade), com 4,41%; Maria Victoria (PP), com 2,19%; Roberto Requião (Mobiliza), com 1,83%; Professora Andrea Caldas (Psol), com 0,86%; Samuel de Mattos (PSTU), com 0,06%%; e Felipe Bombardelli (PCO), com 0,04%.
Em suas redes sociais, Luciano Ducci, candidato apoiado pelo presidente Lula, favorito nas pesquisas até duas semanas atrás, agradeceu o apoio de todos e especialmente do seu vice, o deputado estadual Goura, e disse que fiscalizará e cobrará a efetivação das propostas feitas por quem se eleger no segundo turno.
Cristina: trajetória marcada de controvérsias
Conhecida por sua posições bolsonaristas sobre questões como segurança pública e educação, Graeml defende propostas que incluem educação financeira desde o ensino infantil e um programa de austeridade nos gastos públicos. A candidata chegou até colocar as vacinas contra a covid-19 em dúvida.
O vice na chapa de Graeml, Jairo Ferreira Filho, também é envolvido em controvérsias, só que na justiça. Em um processo judicial em 2019, ele é acusado de vender o mesmo terreno duas vezes na zona rural de Cascavel. O caso, resolvido por meio de um acordo judicial, trouxe à tona questões sobre a integridade de sua chapa, algo que a própria Cristina tem evitado comentar diretamente em debates e entrevistas.
A ascensão de Cristina Graeml representa uma mudança significativa no cenário eleitoral de Curitiba, que historicamente oscilou entre candidatos de centro-direita e centro-esquerda. Seu discurso polarizador e sua defesa de políticas de extrema direita estão moldando a narrativa da eleição e podem influenciar diretamente o segundo turno, caso se confirme sua passagem à próxima fase da disputa.
Pimentel: Crise na reta final
Na reta final da eleição municipal, uma bomba preocupou a equipe de Eduardo Pimentel (PSD). Um áudio atribuído ao superintendente de Tecnologia da Informação da Secretaria da Administração, Antonio Carlos Pires Rebello, obrigava os servidores públicos e comissionados a praticarem uma suposta “rachadinha eleitoral”.
Os servidores tiveram que comprar ingressos para um jantar do PSD estadual em valores que chegam a R$ 3 mil. Diante da revelação, o Ministério Público do Trabalho (MPT) mandou a campanha de Pimentel devolver o dinheiro dos servidores.
A prefeitura de Curitiba demitiu o funcionário flagrado e Pimentel, que lidera as pesquisas, disse em suas redes sociais que não tinha nada a ver com a situação.
Edição: Ana Carolina Caldas